sábado, 30 de novembro de 2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Poema

Falas de civilização, de cidadania...
Falas de não dever ser...
Ou, de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem.
Dizes que todos mentem.
Dizes apenas que assim é.
Mas onde estão as perguntas?
Onde está o pensamento?

Insere informação, copia, recorta, faz Frankenstein.
Superficialidades, aglomerados sem forma...
Ou melhor, aglomerados moldados ao bel prazer.
Transfigurados, mascarados, amordaçados com fita bonita.
Conteúdo que não se desvela, não se deixa perceber.

Mas tu, tu deves aprender a ver, a cavucar, cheirar...
Perceber com unhas e dentes. Com lama, com fome.
Sempre com cuidado de não ouvir somente o que se quer ouvir.
Se disserem que as coisas não serão fáceis.
Atente, para não ouvir somente que serão...
Que é possível, que venceremos.
Atente, pois antes disso morreremos, sangraremos.
Antes do jardim florido, somente terra remexida, queimada.

Sem previsões mediúnicas...
Por favor, nada de premonição.
Aproximações, reflexões...
Dolorosamente paridas e compartidas.


Recife

06 de novembro de 2013