segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

sábado, 7 de dezembro de 2013

A Farsa

Sempre imaginei que escrever fosse vagar.
Mas chega de mentiras, devo confessar: Escrevo porque tenho pressa.

LMD

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Outro dia

Abro a janela e o cheiro do dia entra com o vento. A manhã veio tarde, dessas manhãs ressacadas pelo sono picado. São onze horas. O café requentado e as torradas com manteiga e mel. Um copo de suco de laranja, quem dera fosse feito na hora, mas não, veio da caixa. Junto com o cheiro vêm as lembranças. Junto com o café a saudade. Se pudéssemos visitar o passado e reavivar seu gosto, escutar mais uma vez o barulho dos pratos e talheres. A criança, ainda na cama, sente o perfume do café passado. Mistura-se a ele o cochicho da mãe e do pai. O dia começa bem cedo. A fazenda e seu silêncio repleto de sons. Eles saem. A criança fica em casa. Feliz, aconchegada. Passa à cozinha “dos homens”. O colo da Lena é seu refúgio. O pão caseiro já está pronto e não precisa de manteiga, nem de mel.

Da saudade que transborda....


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

TELEFONEMA

Depois de dois anos apenas algumas poucas palavras deste lado da linha. Do outro lado surpresa. Do outro lado conversa. Aqui dentro um coração que não mudou o ritmo aos escutar a voz, apesar do choro ansioso no dia anterior. Esperava por tudo, esperava por nada. Talvez, em  verdade, não esperasse mais. O tempo passa, ele está velho e agora sozinho. Anda de lá pra cá como se o vai-e-vem preenchesse o vazio. Ocupa-se. Será que sente o vazio, ou será que quem o sente sou eu. Está na fazenda, mantém parte do campo. Ovelhas de cara negra. Penso em todos os momentos que minha memória nunca apagou. Infância campestre. A mimosa era meu refúgio, a florada amarela e as folhas aveludadas me faziam carinho. Sinto falta da voz doce, mas prefiro distância dos arroubos cruéis que sempre vem. A cegueira. Hoje sou outra, somos sempre outros ao reencontrar-nos com o passado. Marcamos novo contato, marcamos encontro. Talvez na próxima segunda feira.



Porto Alegre
LMD

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CAFÉ

Hoje as rosas estavam salgadas demais, mal temperadas
Gosto de rosas frescas, e de sabor marcante
Se a salmoura penetrou na terra e me agrediu a boca
Busco, com calma, um copo d'água gelada
Preciso do sal bem dosado, da cama bem feita e do café
Um pouco mais fraco que o dele, quente e sem açúcar

Luiza Mattos
Porto Alegre