quarta-feira, 19 de março de 2014

SOBRAS DA NOITE

No tempo um buraco
No peito tormento
As mesmas horas
O mesmo pesar
A rua escura e sem som
Caindo, migrando e não sendo.

Triste brilho do real
Feiura que perde o velo
Estômago que perde voz
Desaba o mal feito
Desfeito o feitiço

Sobra um troço torto
Um rosto sem cor
Um vão sem fim
Ao cabo de tudo...
O resto de mim.

Luiza Mattos
10 de Março de 2014
Recife

2 comentários:

  1. ...é um mergulho! " desaba o mal feito, desfeito o feitiço"

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  2. A força do caos dentro de todos nós. Vida que se reinventa e crescemos... ao cabo nos encontramos para nos perder logo depois. Beijossss <3 <3 <3

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