terça-feira, 17 de julho de 2012

AVOEI


Avoei, avoei
Fui pra longe
O mar molhava minhas penas
Olhei entorno e me vi só
Continuei avoando
E fui mais longe
Choveu demais, fiquei pesado
Saudade tuas, saudade de mim
E quanto mais longe eu ia
Mais eu lembrava de ti
Do chororô anoitecido
Das viradas madrugadas
E nosso nada foi crescendo, virou água
Depois do nada eu encontrei
Um sujeito como eu
De avoar meio engraçado
De corpo meio cansado
A água levei comigo
Dividi com ele o fardo
O fardo ficou mais leve
E pendurados numa rede
Alongamos nossa prosa 
Que agora era solta e viva
O longe ficou por perto
O trajeto percorrido 
E nosso nada foi perdido

Luiza Mattos
Abril de 2012

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