sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Outro dia

Abro a janela e o cheiro do dia entra com o vento. A manhã veio tarde, dessas manhãs ressacadas pelo sono picado. São onze horas. O café requentado e as torradas com manteiga e mel. Um copo de suco de laranja, quem dera fosse feito na hora, mas não, veio da caixa. Junto com o cheiro vêm as lembranças. Junto com o café a saudade. Se pudéssemos visitar o passado e reavivar seu gosto, escutar mais uma vez o barulho dos pratos e talheres. A criança, ainda na cama, sente o perfume do café passado. Mistura-se a ele o cochicho da mãe e do pai. O dia começa bem cedo. A fazenda e seu silêncio repleto de sons. Eles saem. A criança fica em casa. Feliz, aconchegada. Passa à cozinha “dos homens”. O colo da Lena é seu refúgio. O pão caseiro já está pronto e não precisa de manteiga, nem de mel.

2 comentários:

  1. ressacadas pelo sono picado, ótimo! E esta mistura de dois tempo bom. A ser refeito concordâncias ' a fazenda e seu silêncio' ou a fazenda silencia os sons?' Este recorte de hoje e ontem muito bom! Voltarei! E o fosse feit

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  2. Rever 'não hora, mas não', ou o equívoco é meu? Também postei, outra coisa, outro tema sem lembrança, mas a conversa contigo é boa...Bom!

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